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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA

Coordenação de Salomão Sousa
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ANTONIO CARLOS PAULINO DE QUEIROZ
( BRASIL  -  GOIÁS )

Antonio Carlos Queiroz (ACQ) nasceu em Anápolis, Goiás, em 1956.
Jornalista há mais de 40 anos, foi correspondente em Brasília do semanário Movimento; editor da revista Tema, do Serpro; editor do jornal Porantim, do Conselho Indigenista Missionário; secretário adjunto se Comunicação do Governo Cristovam; criador da revista do Sindjus; vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF;/ diretor e presidente do Coohaj; editor do Guia Musical de Brasília;s e cronista agudo do Jornal do Romário.
Hoje é produtor da República Popular das Letras, podcast veiculado no YouTube.

 

 

QUEIROZ, Antônio Carlos Paulino de  (ACQ). Poemas & prósias.  Brasília, DF:  Ed. Do Autor, 2023.   184 p.          Capa: Mariosan.  
ISBN  978-65-00-73110-1.                       Ex. bibl. Antonio Miranda 
 

 

Meus átomos pesam tanto quanto os seus —
nem mais nem menos — e caem igual —

Não pediram licença para tecer espaços
nem compor o meu corpo e o seu corpo

Sempre existiram e sempre existirão —
talvez em combinações mais elegantes

Eu também não peço licença para ocupar
estas páginas que pouca gente vai ler

Largo os meus versos nessas folhas
como tombam tortos os átomos do Epicuro,

constrito por leis da Natureza como
a termodinâmica e a sociolinguística

Sou cioso da Liberdade, da Razão e da paz
de espírito, coam certos desvios — atômicos?


De poemas & prósias

 

 

Q

O rumor e o “amaro aroma do mar”

O vento revolto na varanda

O Sol rebuçado

Os açoites da insônia

Mais um dia sem rumo

Mais uma noite-marasmo sem vigor

pra alcançar o curso do mar

e as aventuras, procelas, espasmos

Q

Luz nos olhos da gata

– cautelosa – cauteluz –

Rútila cor de ágata

No brilho da retina

engatilha o bote

a sílica felina

 

Q

A floram no Natal dúbios sentimentos:

compaixão, esperança, amor e saudade,

despeito, remorso, culpa e fingimento –

Da minha parte só lamento o destino

do leitão suculento à pururuca

que devoro com um bom copo de vinho –

 

Q

Assanha olas

a Lola – o olho

colado na bola

no voleio ao gol

Fura

a fera

firulas

Exangue em golfos

combale o fôlego

e ela sai da vida

alvo

de bala

[leica]

perdida

No último

lance

os olhos baçam

A galera inflama

O corpo vela

Languilasso

 

Q

 

De Candangoianos

12 ª tese

Os filósofos, das duas, uma:

ou interpretam o Mundo

de maneiras diferentes

ou pretendem mudá-lo –

Já os poetas desejam

criar mundos novos

sem se importar

com a interpretação –

 

Q

Limbos

We have shapes

but no power.

John Ashbery

O roçagar das unhas na pele

O embate de músculos e ossos

O sumo das línguas

O afago do vento nas folhas

Os vultos na Lua – uivos aqui

Os arrepios na lousa dos enganos de rotina

E os rascunhos descorados

 

Q

“Só nasce o Sol pra projetar trevas”

ponderavam em assembleia sombras

e penumbras sob um solene umbral,

altar de devoção antissolar, à espera

de merecer a máxima soturnidade –

Assim avançou o conclave até a hora

do Sol ceder a vez à escuridão –

 

Q

Advérbio fino o quase: abranda o absoluto, o definitivo e o incondicional — Limita a arrogância! Se somos sublimes, geniais, magníficos e magistrais? Mais ou menos — quase! O tipo de nossa estrela? Quasar! O quase elimina paradoxos em frases do tipo “(Quase) toda regra tem exceção.” Riobaldo é que era sabido: “Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa.”

 

Q

Do epitáfio do sábio prolixo resta um fragmento que rói a lixa do tempo, da chuva, do vento —


QUEIROZ, Antônio Carlos Paulino de.  Controversos.Capa: Mariosan. Brasília, DF:  Edição do Autor,  2025.   199 p.  ISBN  978-65-01-42299-2    No. 10 910
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda.



Do ponto de vista biológico
(uma ofensa aos eugenistas)
todas as pessoas são interessantes,
dignas de caso, estudo e atenção —

São dignas também de interesse
todas as espécies do gênero Penicillium ­­—

Agradáveis umas,
dignas de queijo — candidum ou camemberti —

Outras tantas execráveis,
dignas de cautela — expansum ou albicans —

                      ***

Como é bom amanhecer
sem esforço bem encargo,
tirante os quefazeres
entranhados como a digestão —

Ouvir os pios dos quero-queros,
parentes de desejos reiterados —
Admirar o anil do firmamento —
Estocar a quentura do Sol —

Como é bom alvorecer
com o aroma do café e a graça
da flor do Cerrado, sem
o mister de antena da raça —

                      ***

Fagueiro fito figuras firmadas pelos fachos
de fótons do Sol do meio-dia, filtrados entre folhas
de figueiras. Flamboyants e cambuís —

Kómorebi é o nome japonês dessa epifania —
A brisa de Brasília carda os ramos e meus cabelos
Controlo a comoção — nas as aliterações —

                         ***

Soluços cortam a madrugada —
Não é prantina de bebê com fome ou cólica —
Caiu espavorido o Teo de um pesadelo?
Chegou de Itanhaém uma notícia ruim?
Rompeu o susto, volta a pegar no sono
o tradutor das provações da vizinhança —


*
Página ampliada e republicada em agosto de 2025

Página ampliada e republicada em novembro de 2024. VEJA e LEIA outros poetas de GOIÁS em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/goias.html 

Página publicada em julho de 2023


 

 

 
 
 
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